Estabelecimento in vitro de culturas de raízes de Capraria biflora L. a partir de explantes foliares

Autores

  • Camila Dantas Medeiros
  • Gracyella Melissa de Oliveira Leão
  • Fábio Rossi Cavalcanti
  • Cristina Paiva da Silveira Carvalho

DOI:

https://doi.org/10.14295/oh.v13i0.1740

Palavras-chave:

chá-do-rio, Scrophulariaceae, Agrobacterium rhizogenes

Resumo

Capraria biflora L. é uma espécie de porte arbustivo, bem adaptada ao clima tropical. Essa espécie acumula, em suas raízes, uma naftoquinona denominada de biflorina que apresenta atividade contra bactérias Gram positivas e citotoxidade contra células tumorais. Como o composto de interesse é acumulado principalmente na raiz, o cultivo in vitro desse órgão pode ser uma alternativa ao extrativismo.  Com o objetivo de obter culturas in vitro de raízes de C. biflora, folhas desta espécie foram inoculadas com suspensões de três linhagens selvagens de Agrobacterium rhizogenes (A4, 2659 e 8196). Esta bactéria Gram negativa possui a capacidade de transferir, para o genoma da célula vegetal hospedeira, genes envolvidos com a formação de raízes, denominadas de “hairy roots”, que caracterizam-se pela alta taxa de crescimento e ramificação. O experimento consistiu em causar ferimentos em toda a área foliar, na face abaxial, com o auxílio de agulhas previamente imersas em suspensões das três linhagens de A. rhizogenes. Como controle positivo e negativo, respectivamente, o ferimento nas folhas foi efetuado com agulhas imersas em meio YMB e em solução de ácido indolbutírico (AIB 1,0 mg.L-1). Os explantes foram então mantidos por 48 horas em meio MS. Após este período, os explantes tratados com a bactéria foram transferidos para meio MS contendo cefotaxima (300 mg.L-1). Os explantes do tratamento controle foram cultivados em meio MS sem antibiótico. Ao final de três semanas, todos os tratamentos foram favoráveis à formação de raízes. Segmentos apicais foram transferidos para meio MS na presença de carbenicilina (500 mg.L-1) ou cefotaxima (300 mg.L-1). Após seis dias, uma maior densidade de raízes secundárias (número de raízes secundárias/ cm) foram observadas nos tratamento onde houve inoculação da bactéria (2,0 a 3,1) ou no tratamento com auxina (3,0), quando comparadas ao controle negativo (1,38). Nesse mesmo período, as raízes obtidas dos tratamentos com as bactérias apresentaram um crescimento médio de 0,5 cm, comparados a 0,23 cm no controle positivo e 0.12 no controle negativo. Os dados obtidos sugerem que a inoculação de tecidos foliares de C. biflora, com agrobactéria, resultou em raízes com maior capacidade de crescimento in vitro.

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Publicado

2007-06-14

Edição

Seção

Artigos