“Outros lugares, começam aqui...” com O «muro vegetal» do Museu do Cais Branly em Paris

Autores

  • ISABELLE GUILLAUIC

DOI:

https://doi.org/10.14295/rbho.v16i1.502

Resumo

Este artigo é dedicado à arte, à arquitetura e à paisagem urbana através da análise do Museu do Cais Branly, em Paris, na margem esquerda do rio Sena, em um ambiente urbano marcado pelas exposições mundiais de 1889 e de 1937, (Champs de Mars, Trocadero, o Palais de Tokyo, o Grand Palace, Gare d'Orsay, etc.). Um dos indiscutíveis marcos dessa paisagem urbana é a Torre de Gustave Eiffel (1889), embora tenha sido necessário esperar a criação da série de pinturas de Robert Delaunay, para se fixar na imaginação parisiense a Torre Eiffel como monumento. Assim, uma vez que a arte pode servir de intérprete para mostrar um monumento, - eu faço o seguinte pressuposto: que a arte pode inversamente influenciar uma obra urbana, não só avalizando, mas desta vez em frente de sua criação. Branly é o caso em que a arte contemporânea (Novo Realismo, Arte Povera, etc), tem influenciado algumas diretrizes arquitetônicas. Isso introduz a seguinte observação, ou seja, que as coleções do museu Branly não “dialogam” somente entre si, mas também com as do Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris que se localizam em frente a essa ultima. Neste contexto, a fachada do escritório administrativo do Museu, "vestida" pelo artista e naturalista francês Patrick Blanc, não pode ser vista como uma obra isolada, porque o "Muro Vegetal" é aqui uma parte do cenário urbano global destinado a criar um território que é uma passagem ou um "caminho que vai de um mundo para outros mundos". “Terra natal, outros lugares começam aqui...” - é o título da exposição realizada na Fundação Cartier, em Paris (2009), onde o filósofo Paul Virilio apresentou o seu conceito de "futurismo do instante", o que poderia ajudar a explicar a proliferação atual de muros vegetais em áreas urbanas.

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Publicado

2010-06-09

Edição

Seção

Palestras