Fatores associados à superação da dormência e indução da germinação de sementes de Lavanda (Lavandula angustifolia Miller "Provence Blue").

Autores

  • Eduardo da Costa Nunes
  • Marlise Nara Ciotta
  • Maiara Gonçalves Zamparetti

DOI:

https://doi.org/10.14295/oh.v13i0.1776

Palavras-chave:

Lavandula angustifolia Miller., dormência, germinação, sementes

Resumo

As diversas espécies de plantas conhecidas como lavandas e/ou alfazemas, pertencem à família Lamiaceae e destas, podemos destacar a Lavandula angustifolia Miller, como a mais difundida e conhecida entre nós. Esta espécie é originária de regiões do Mediterrâneo, crescendo nas colinas calcárias e áridas da costa marítima da Europa, em altitudes de até 1800 metros. Estas plantas se desenvolvem bem em climas caracteristicamente temperados com baixa umidade relativa do ar (Delgado et al. 2006). Pode ser cultivada em pleno sol, em jardins e hortas, com fins ornamentais, e também para fins industriais. Estas plantas, segundo Delgado et al. (2006), são importantes na Europa, por diversos aspectos, entre eles: por produzirem óleos essenciais, para a produção de mel e pelo seu apelo ornamental e uso nos jardins mediterrâneos. Esta cultura vem despertando interesse de pesquisadores e de produtores da região do Planalto Catarinense, mais especificamente da região de São Joaquim/SC. Esta região fica situada numa altitude predominante de 900 a 1400 metros e possui, muitas características típicas de regiões de clima temperado. Assim, pesquisadores da Epagri (Estação Experimental de São Joaquim/EESJ), iniciaram a partir de 2004, alguns trabalhos de pesquisa com diferentes variedades da espécie L. angustifolia entre elas a variedade “Provence Blue”, espécie objeto deste estudo.
Os estudos, em relação aos métodos de propagação das plantas são fundamentais para viabilizar a sua exploração econômica.  Sendo esta a primeira etapa na pesquisa de plantas com potencial de cultivo. Assim, em plantas que se reproduzem sexuadamente, o conhecimento da estrutura, do comportamento fisiológico da semente e dos fatores que determinam a sua germinação e conseqüentemente o crescimento inicial e desenvolvimento das plântulas, são essenciais para que se tenha um processo eficiente na produção de mudas de forma quantitativa e qualitativa, para instalação de campos de produção. Delgado et al. (2006), destacam que um problema relacionado à produção de lavandas, refere-se à dificuldade de germinação de suas sementes. O gênero Lavandula está dentro de um grupo de plantas ornamentais que possuem sementes que apresentam dormência fisiológica.
A dormência de sementes é uma condição comum para muitas espécies vegetais. Sendo que o tipo de dormência está associado às características evolutivas e de adaptação de cada espécie ao ambiente em que ecologicamente teve sua origem. A dormência torna-se um inconveniente, quando se pretende produzir mudas rapidamente e uniformes para fins comerciais. Assim, para estas espécies, é de fundamental importância prática que se busque os conhecimentos das causas e de formas de superação da dormência, para obter melhor germinação.
A germinação é a retomada do processo de crescimento e desenvolvimento do embrião. A não germinação, ou baixa germinação de sementes pode ser uma conseqüência de inúmeros fatores ambientais ou mesmo inerentes à própria semente, agindo isoladamente ou associados. Dentre os principais fatores ambientais que regulam a germinação, podemos citar a temperatura e a luz, além obviamente, de adequado suprimento de água e aeração. Estes fatores foram estudados para inúmeras famílias e gêneros vegetais, tanto de espécies temperadas quanto tropicais. Nos trabalhos de: Kyereh et al. (1999), em espécies florestais tropicais em Gana; Maher et al. (2000), efeitos da luz e temperatura na germinação de Lavandula stoechas; Delgado et al. (2006), em Lavandula luisieri em Portugal; Stefanello et al. (2006), em Foeniculum vulgare; Lopes et al. (2005) em Basella rubra, Menezes et al. (2004), com Salvia spleden Sell.; Silveira et al. (2004), com Marcetia taxifolia Hil.; Filho et al. (2002), com Operculina macrocarpa L. e Aoyama et al. (1996) Lavandula angustifolia Miller, se constata que a influência e o grau de exigência destes fatores, é variada e diferente para cada espécie, e mesmo dentro das espécies. Com relação aos fatores inerentes às próprias sementes (endógenos), podemos destacar os relacionados ao controle hormonal do processo de germinação. Vários relatos de trabalhos demonstram a importância das giberelinas como fatores de promoção da germinação. Nestes também se constata que as respostas à aplicação de ácido giberélico (GA3), são diversificadas para diferentes espécies, como por exemplo nos trabalhos de Aoyama et al. (1996) com lavanda (Lavandula angustifilia Miller e Bezerra et al. (2006) em macela (Egletes viscosa (L.) Less.).
Tendo em vista o exposto acima, testaram-se algumas formas de superar a dormência e conseqüentemente aumentar percentual de germinação de Lavandula angustifolia Mill. var. “Provence Blue".

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2007-06-14

Edição

Seção

Artigos