Indução de organogênese em Syngonanthus mucugensis Giul. (Eriocaulaceae) – uma espécie ornamental ameaçada da Chapada Diamantina, Bahia.

Autores

  • Alone Lima Brito
  • Angela Pierre Vitória
  • Bruno Freitas Matos Alvim
  • Cristina Ferreira Nepomuceno
  • Sheila Vitória Resende
  • José Raniere Ferreira de Santana

DOI:

https://doi.org/10.14295/oh.v13i0.1634

Palavras-chave:

Eriocaulaceae, Syngonanthus mucugensis, sempre-viva, organogênese.

Resumo

A Chapada Diamantina possui uma flora diversificada, com espécies de grande potencial para exploração econômica com fim ornamental. Muitas destas espécies são endêmicas e exploradas de forma extrativista, o que vem causando uma perda genética significativa. 
O gênero Syngonanthus com cerca de 200 espécies inclui o maior número de semprevivas comercializadas como ornamental (Giulietti et al., 1996; Parra, 2000). Syngonanthus mucugensis Giul. (Eriocaulaceae), com distribuição restrita aos municípios de Mucugê, Abaíra e Rio de Contas, destaca-se pelo grande potencial como alternativa econômica para a região da Chapada Diamantina, BA (Giullieti et al., 1996). É uma espécie herbácea, com cerca de 30cm de altura, apresenta folhas reunidas em rosetas e inflorescências monóicas do tipo capítulo que mantém o aspecto in natura mesmo depois de destacadas e secas, razão de serem muito utilizadas para decoração de interiores (Parra, 2000; Ramos, 2005). O alto grau de endemismo associado à coleta extrativista antes do lançamento das sementes no ambiente tem levado essa espécie ao risco de extinção. Apesar da importância econômica, do endemismo restrito e da ameaça de extinção há poucas informações sobre métodos de propagação que possibilitem a utilização comercial, o que torna necessário o desenvolvimento de técnicas que promovam a propagação em larga escala e a sua preservação.
A cultura de tecidos, muito empregada pela indústria ornamental, possibilita a produção de um grande número de plantas a partir de um único indivíduo, podendo ser utilizada como uma alternativa para a multiplicação de S. mucugensis. 
O processo de multiplicação in vitro depende principalmente da ação de reguladores de crescimento exógenos, em particular as auxinas e citocininas, e da habilidade do explante em responder a essas mudanças hormonais durante o período de cultivo (George, 1993; Sugiyama, 1999; Araújo et al., 2005). Os reguladores benzilaminopurina (BAP) e ácido naftleno acético (ANA) são mais utilizados na cultura de tecidos pela eficiência dos resultados e baixo custo (Brum et al., 2002).
A germinação in vitro de sementes de S. mucugensis pode ser obtida em agar (PaixãoSantos et al., 2003) e o seu cultivo, em meio MS (Murashige & Skoog, 1962) com metade da concentração de sais (MS½), acrescido de 15g.L-1 de sacarose (Silva et al., 2005; Paixão-Santos et al., 2006). Não foram encontrados na literatura informações sobre a sua multiplicação in vitro.
O objetivo deste trabalho é comparar a capacidade organogênica de diferentes tipos explantes de S. mucugensis submetidos a tratamentos com os reguladores de crescimento BAP e ANA.

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Publicado

2007-06-14

Edição

Seção

Artigos