Resposta de explantes de Epidendrum ibacuense (Orchidaceae) a diferentes concentrações e tempo de exposição ao hipoclorito de sódio e a diferentes antioxidantes

Autores

  • Donizetti Tomaz Rodrigues
  • Marcus V Sossai Berger
  • José Maria Moreira Dias
  • Aline Ferreira Barros

DOI:

https://doi.org/10.14295/oh.v13i0.1550

Palavras-chave:

Epidendrum ibacuense, orquídeas, agente desinfestante, antioxidantes.

Resumo

O interesse despertado pelas orquídeas é antigo, sendo relatado o seu fascínio sobre filósofos e grandes nomes da história e hoje há uma clara popularização do cultivo das orquídeas. Um dos desafios do cultivo de orquídeas é a obtenção de protocolos de micropropagação eficientes, há alguns problemas que ainda carecem de solução, por exemplo a oxidação do material utilizado como explante e a contaminação tardia por microorganismos latentes presentes no tecido vegetal. No presente trabalho se estudou o efeito de agentes desinfestantes no processo de oxidação e desinfestação do material cultivado, e também a ação de agentes antioxidantes no meio de cultivo.  O sucesso de um sistema de propagação in vitro depende do controle de um grande número de variáveis (Kozai et al., 1995). Sem dúvida a desinfecção dos explantes é uma etapa fundamental neste processo. A dificuldade maior nesta etapa reside em se obter tecido descontaminado sem conduzi-lo a morte quando isolado (Grattapaglia & Machado, 1998). Várias substâncias com ação germicida são utilizadas para fazer a desinfecção dos explantes. Os mais comuns são o etanol e os compostos a base de cloro, tais como o hipoclorito de sódio e de cálcio. Outros agentes desinfestantes usados incluem o cloreto de mercúrio, o ácido clorídrico, o cloreto de benzalcônio e o peróxido de hidrogênio.  As concentrações das soluções desinfestantes assim como as combinações dos princípios ativos desinfestantes e os tempos de exposição podem variar muito. Considerando a sensibilidade do tecido a ser desinfestado, manipula-se a concentração da solução e tempo de exposição de maneira inversamente proporcional (Grattapaglia & Machado, 1998). A retirada do explante e manipulação no momento da desinfecção podem causar danos físicos culminando numa maior oxidação de fenóis no estabelecimento inicial deste, tendo como conseqüência principal à morte do explante.  A liberação de compostos fenólicos ocorre devido ao dano causado nas células durante a excisão dos explantes e algumas enzimas, como as polifenoloxidases, oxidam os fenóis, que são compostos incolores, formando quinonas (Lerch, 1981; Barbosa, 2000). Algumas medidas podem ser tomadas a fim de reduzir a ação de fenóis. Teixeira (2004) relata que durante a excisão e esterilização, deve-se tomar os devidos cuidados para que os danos físicos e químicos ao explante sejam minimizados. A lavagem dos explantes coletados antes da desinfecção auxilia na lixiviação dos compostos fenólicos (Grattapaglia & Machado, 1998).  Algumas substâncias com ação antioxidante podem ser utilizadas após a desinfecção na forma de um último enxágüe mais demorado, ou fazendo o trabalho de isolamento de explantes dentro de uma placa de petri contendo a solução (Grattapaglia & Machado, 1998). Outra medida seria a adição destas substâncias ao meio de cultivo. O efeito do antioxidante consiste na inativação dos radicais livres, na complexação de íons metabólicos ou na redução dos peróxidos para produtos incapazes de formar radicais livres com potencial de se oxidar (Araújo, 1995). Dentre as substâncias com efeito antioxidante, pode-se citar o ácido ascórbico, ácido cítrico, polivinilpirrolidona (PVP), carvão ativado, Lcisteína, ditiotreitol, tiuréia, água de coco e albumina de soro bovino. Estas substâncias podem atuar de modo a inibir a síntese ou a ação de enzimas ligadas a oxidação dos polifenóis ou agir como adsorventes destas substâncias.  Os ácidos cítrico e ascórbico reagem com os metais presentes no meio de cultura, evitando que os mesmos fiquem disponíveis para se oxidarem (Araújo, 1995; Taiz e Zeiger, 1999).

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Publicado

2007-06-14

Edição

Seção

Artigos